A Caixa de Carol

Aqui, onde todas as mazelas e belezas do mundo e da sociedades poderão ser encontradas.

Comprimidos, dinheiro e um pouco de TPM




Um final de semana inteiro sofrendo de cólicas, dores de cabeça e todas essas coisas maravilhosas que só o corpo feminino pode proporcionar, só não é mais maravilhoso do que um final de semana da companhia do capeta, em pessoa. Na verdade, isso poderia ser realmente interessante...

Dores físicas misturadas com turbilhões de pensamentos inconstantes realmente não são uma boa soma. Ainda mais quando se trata de uma pessoa como eu, que não satisfeita com os problemas que já tem, fica cavocando outros. Obviamente que isso deve ser patológico e deve existir algum tipo de medicação para isso. Mas, definitivamente, não estou disposta a ir olhar para a cara de uma pessoa que tem um diploma em baixo do braço e que por isso diz ter a solução para todos os meus problemas. Ou pior, dizer que a solução “está dentro do meu coração”. ¬¬ Se fuderem-se né?! Já conheci alguns médicos desses, e nenhum até hoje conseguiu desvendar a minha pobre cabecinha... Talvez esse seja o grande desafio. Para mim e para os outros.
As coisas vão acontecendo de forma que eu deveria estar contente, pois algumas coisas tem se esclarecido. Tenho percebido que existem pessoas ao meu lado que realmente se importam comigo e que as pessoas são mais tolerantes do que deveriam. Mas o foda é ver tudo isso, perceber que deveria ficar contente, e mesmo assim, achar que tudo continua uma bosta. Me irrito comigo mesma em perceber que não me contento com o que tenho, e que essa ânsia de querer viver o diferente as vezes não faz o menor sentido.
As vezes penso que toda essa vontade de viver o lado diferente das coisas nada mais é do que uma forma de me sugestionar de que não preciso de nada do que é padrão, como um bom emprego, uma carreira, um amor para a vida toda, uma casa no campo, com cerca branca e um labrador no pátio. E por que isso?! Porque na realidade já sonhei tanto com todas essas coisas lindas que perdi a vontade de esperar. Certo, sou jovem ainda e com um caminho longo e maravilhoso pela frente! Acontece que sou imediatista, e não consigo esperar. Se nem as coisas mais simples eu consegui até agora, quem dirá essas coisas que dizem ser o fundamento de toda uma vida? Não agüento discursinhos baratos de que devo seguir em frente e não decepcionar meus pais, ou a MTF sociedade. Como diz uma amiga, esses já tem suas vidas bem formadas e estabelecidas. Agora, quanto a minha, deixem que eu cuido disso.
A gente cresce com um monte de merda na cabeça, sobre o que devemos pensar, o que devemos comer, o que devemos vestir e quem devemos ser. Até um determinado ponto da nossa vida, acreditamos em tudo isso. A sorte é que alguns acordam de toda essa porcaria. Posso dizer que sou uma dessas sortudas. Mas tendo toda essa verdade nas mãos, talvez não seja tanta sorte assim... Quando se está a par de tudo isso, não se consegue mais viver em harmonia com o resto das pessoas. O papo superficial da maioria me cansa. Me faz perceber que a cada dia me torno mais intolerante, e que a cada dia me aproximo mais de alguma coisa, que ainda não consigo identificar, e não tenho certeza se é bom ou ruim. Agora, uma parte boa disso, é que sendo uma das que perceberam todas as porcarias da humanidade, consigo identificar outros como eu, e assim, todos os “loucos” juntos podem se ajudar a chegar ao bendito ponto final (aquele que disse que ainda não sei se é bom ou ruim).
Blábláblás a parte, e retomando de onde comecei, cansei de acreditar que um médico pode resolver os meus problemas, cansei de acreditar que devo ser uma boa pessoa para que outros possam se espelhar em mim, cansei de preconceitos, de mentiras, do dinheiro, da família e de toda essa bosta que esta em volta de mim agora. Quero fugir, pra bem longe, onde só meus bons amigos possam saber onde estou e lá poder ser quem eu realmente sou (mesmo que nem eu saiba, ao certo).

Conhecem aquela “É fazendo merda que se aduba a vida”?!?
Sigo isso a algum tempo. Minha forma de não me martirizar muito sobre as coisas que faço, ou que tenho vontade de fazer.

Quero que esse mundinho se exploda, e que as pessoas reconheçam que um punhado de dinheiro não compra porra nenhuma, a não ser montes de coisas que só causaram problemas depois que não puderam levá-las consigo para o caixão.
Gostaria que percebessem a importância de um bom livro, de uma conversa com uma pessoa sábia, de um abraço, de um bom amigo, do som do mar, e de todas as coisas sutis da vida.

Ai está! Essa é a vida.
E não um punhado de comprimidos na mão e outro punhado de dinheiro no bolso.

2 comentários:

"Mas o foda é ver tudo isso, perceber que deveria ficar contente, e mesmo assim, achar que tudo continua uma bosta. Me irrito comigo mesma em perceber que não me contento com o que tenho, e..."
>>>bah...falou tudo

>>>outra boa..."Como diz uma amiga, esses já tem suas vidas bem formadas e estabelecidas. Agora, quanto a minha, deixem que eu cuido disso."

"Até um determinado ponto da nossa vida, acreditamos em tudo isso. A sorte é que alguns acordam de toda essa porcaria."
>>>curto e grosso! ahuahuahauha

>>>"...e assim, todos os “loucos” juntos..." me deixe participar dessa festa....auhauhauhauahuauah

>>>acho que deveriamos fundar uma sociedade secreta....ahuahuhauhauha...tipo maçons loucos ou algo do tipo

>>>"Gostaria que percebessem a importância de um bom livro..." pelo teor da conversa lembrei de "on the road" na hora, 1º a vir na cabeça hauhauahuahuahu

>Enfim, ótimo post Carol...continue assim...hehe

;)

 

Bah...
Agora, lendo com mais calma o post, percebi a confusão que ele está!
uAUHuhaUHAUH

Não vou alterar, porque fui escrevendo o que estava pensando. E essa é a idéia!

Espero que consigam entender!
;)