A Caixa de Carol

Aqui, onde todas as mazelas e belezas do mundo e da sociedades poderão ser encontradas.

Um conto...

E lá estava Madaleine, na sacristia, pensando, tentando prever o futuro, tentando, pedindo aos céus que lhe mostrassem o que lhe reservavam, mas nesse curto espaço de tempo, fora chamada para entrar na igreja, e ela pensa: - Tarde demais! Deuses, ajudem-me! Nesse momento, milhões de pensamentos invadem sua mente: porque estar em uma igreja, se sequer acredita naquilo? Porque aquele homem? Se não foi com ele que sonhou quase todas as noites de sua vida? Porque esse destino? O que teria feito aos céus para merecer tal sina?
Porém, nada poderia salva-la do casamento arranjado por seus pais, com o mais nobre cavaleiro da corte. Ele não era mal, ela até gostava de sua companhia, mas não eram seus lábios que desejava, não era aquela mão que queria segurar até o dia de sua morte, não era por aquele homem que tinha se apaixonado desde a primeira vez que o viu...
Ao parar na porta da igreja e ver todos aqueles rostos, voltados para ela, era angustiante, e a vontade que seu doce e bravo cavaleiro andante aparecesse para busca-lá crescia...
Madaleine e seu vestido vermelho, o reflexo de sua alma que estava manchada pelo sangue da tristeza que tomara conta de seu ser. Assim fez questão, a cor do vestido... Era a única coisa que poderia escolher. Infelizmente...
A igreja estava coberta de rosas vermelhas, o que a fez lembrar também da rosa branca seca que guardara desde o dia que conheceu seu amado, um presente singelo, mas dado com a alma, com a promessa de que a flor os uniria por toda a eternidade, pelo menos suas almas estariam unidas se não estivessem perto um do outro. Com esse pensamento, a primeira lágrima rolou em seu rosto, seu coração apertou, e no caminho para o altar, onde se encontrava o homem que mal conhecia e que estava prestes a chamar de marido, lembrou-se de que seu amado uma vez lhe dissera que a buscaria em qualquer lugar, até mesmo no mais profundo inferno, pois seu desejo era que ficassem para sempre unidos, e que ele estaria sempre ao seu lado, para lhe estender a mão, em qualquer dificuldade, mas, ele não estava lá no momento que Madaleine mais precisava. Ela olhava para todos os lados, procurando pelos rostos seu promtido pelos deuses, mas somente achava rostos inertes na sua beleza e na beleza do momento, uma melancolia suave...
Ao chegar no altar, virou-se e olhou pela última vez a grande porta, esperando ver seu amor lhe estendendo a mão, e chamando-a para a vida, mas ao invés disso, viu somente a fria luz laranja do sol que se punha naquele final de tarde. com o beijo na testa que recebeu de seu futuro marido, ela sentiu que já não haviam mais chances de volta, e nesse instante, com toda a força de seu ser, desejou nunca ter nascido, e desejava a morte com toda sua capacidade. Então fechou os olhos e sucumbiu ao seu desejo.

Final ruim... Talvez algumas mudanças...

Carolina Lewis