A Caixa de Carol

Aqui, onde todas as mazelas e belezas do mundo e da sociedades poderão ser encontradas.

Escolha a porta!

Conhece vontade de olhar para o espelho e realmente ver o reflexo das coisas que tem se feito na vida até agora?
Toda a escolha que se faz na vida resulta em alguma coisa.

Este é o ponto!

Porque a gente, ou melhor, eu, tenho essa necessidade absurda de querer conhecer o que tem atrás da porta, sem antes abri-la?! Por que do medo de iniciar uma nova etapa? De deixar as coisas pra trás? De me abrir ao desconhecido e enfrentá-lo, na cara e na coragem? É sempre assim... A minha preocupação com tudo ao meu redor me faz esquecer, normalmente, que eu ainda sou eu, e que ainda sou uma pessoa com vontades. Talvez por isso, que em alguns momentos, as pessoas surtem, tenham crises existenciais e aquela vontade filha da puta de deixar tudo se fuder e pronto! Lavar as mãos e conviver com a realidade imposta pelo “destino”.

Esse tal de destino é um cara muito sacana. A cada porta que se apresenta na nossa vida, é uma nova opção que o Sr. Destino nos aponta. Acontece, que bem na real, o Sr. Destino é algo que vive dentro de nós mesmos. Pensa no efeito borboleta... Aquela história: “o farfalhar das asas de uma borboleta no Japão faz furacões absurdos destruírem tudo nas Américas”, e é isso! Exatamente isso! Se hoje aparecerem dez portas na minha frente e eu escolher ir pela primeira, as outras nove automaticamente serão fechadas, para na próxima sala outras dez surgirem, e assim por diante... Por que eu to fazendo toda essa confusão? Para exemplificar que cada atitude que tomamos é única, e uma vez tomada, dificilmente tem volta... uma vez fechada a porta número um atrás das suas costas, uma série de acontecimentos deixam de existir, e uma série de novos tomam força. E tudo é a questão das malditas escolhas...

“Não sei se quero suco de laranja ou de maça...
Escolho o de maça então...”

- Nesse momento, muita vitamina C deixou de ir para o corpo de quem escolheu o suco de maça... E se essa pessoa no futuro desenvolver uma série de doenças ocasionadas pela carência de vitamina C no organismo!? Ela não vai lembrar que uma vez, ao escolher um suco, poderia ter escolhido um que a ajudaria no futuro... Por quê?! Por que não fazia a menor idéia do futuro e qual seria a conseqüência de escolher...
Obviamente que esse exemplo é estúpido, mas ilustra bem onde quero chegar.
A vida das pessoas é descrita por um processo evolutivo: nascer, crescer, reproduzir e morrer. Até ai, tudo é muito simples, é o processo natural das coisas... Mas, se pra fazer parte disso eu quiser trilhar o meu próprio caminho?! - Vai lá! Siga em frente! Mas ninguém lhe disse que seria fácil... – Por isso, vai-se tropeçando nas pedras do caminho, conhecendo quem lhe estenda a mão e quem lhe pise no pescoço, - mas ok! – esse é o processo...

Cada um escolhe o que lhe convém... Mas e aqueles que morrem na dúvida do que exatamente lhe convém?! E aqueles que preferem não arriscar, seguir sempre pela porta um, em todas as escolhas?! E aqueles que pensam mais nos da sua volta, ao invés de pensar em si?! E aqueles que querem conhecer o que tem atrás de todas as portas?! E aqueles que pensam que seria bem mais fácil se nunca, na eternidade, tivessem que se deparar com as tais das portas?! E se todos esses exemplos se juntassem num só?! O mundo implodiria?! Não! Pois eu estou bem aqui! Diante de todas elas! Com vontade de abrir uma frestinha de cada uma e dar uma espiada... Com vontade de sentar no chão e esperar que alguma delas se abra voluntariamente... Com vontade de não ir a nenhuma delas e continuar no mesmo lugar... E com uma vontade absurdamente grande de escolher uma, com os olhos fechados, e entrar correndo, sem olhar pra trás e viver da melhor forma possível, com a realidade que estiver na minha frente.
Mas como fazer isso quando se tem em mente um milhão de coisas que não fazem o menor sentido!? Coisas que se pensou quando era criança, e que numa conversa casual com um parceria, percebe que não era simplesmente “coisa de criança” e que aquilo pode fazer mais sentido do que tudo pensado até então... Tudo leva a mente... TUDO!

MEDO

Vários parcerias já me disseram que a gente não pode se vitimizar, achar algum culpado para os nossos próprios erros. Penso que é natural do ser humano a curiosidade, principalmente quando se trata de descobrir a melhor forma de tratar questões pessoais, qual emprego buscar, qual curso fazer na faculdade... Tantas coisas... E sempre com isso em mente, quando alguma escolha não vai bem, as pessoas têm o costume de culpar alguém! Ou ao vizinho que não soube passar o recado direito, ou ao corretor da prova que não sabia o que estava fazendo, ou ao atendente do restaurante que não anotou certo o pedido, ou mesmo Deus! Na verdade, principalmente Deus, por que ele inexiste materialmente, fazendo com que a culpa jogada em outro não pese tanto na hora de encostar a cabeça no travesseiro e pensar no que fez durante o dia...
Eu preciso aprender! Aprender que ninguém, além de mim, tem culpa sobre os meus resultados. Na verdade eu já sei disso... Só não consigo aplicar... E cada vez que tento fixar isso em mim me assusta mais! Pensar que tudo, TUDO, esta em minhas mãos... Que basta que eu saiba fazer a escolha certa para as coisas acontecerem lindamente como num filme Hollywoodiano, ou que tudo desande e fique parecendo um Cine Band Trash...

Cada um tem suas portas, às vezes, algumas delas se cruzam, fazendo a gente reencontrar pessoas, assuntos... Mas tudo é uma questão de abrir a certa... Já diria o poeta, na vida, não tem folha de rascunho... Fez, ta feito.

E é por isso que eu quero, eu preciso saber o que cada ume delas tem atrás... Assim eu poderia escolher, de verdade, que rumo eu quero pra mim...
Mas não dá...

Enquanto isso, eu continuo aqui enredada em devaneios, sonhos absurdos e lembranças de uma infância no mínimo estranha, tentando lidar com o medo que gera em mim a realidade nua e crua, de que já nem sei mais o que eu quero...

É a criança na frente do espelho, se perguntando: “Quem sou eu?!”